terça-feira, 16 de outubro de 2018

Lesões em CRIANÇAS - COMO PREVENIR


As lesões das crianças e adolescentes, em alguns casos são impossíveis de serem evitadas, porém algumas sugestões podem ajudar a preveni-las.

As lesões normalmente ocorrem por um trauma ou por overuse Essa última, muitas vezes, são dificeis de serem diagnosticadas, e suas causas estão relacionadas ao trauma repetitivo e podem acometer os tendões (tendinite, rompimento), ossos (fraturas) e articulações (lesões de cartilagem).

Geralmente essas lesões ocorrem devido a treinamento inadequado, erro de técnica, falta de equipamento adequado e fatores inerentes ao próprio atleta (anatomia, biomecânica).
As próprias crianças avisam quando estão com dor, porém os pais devem ficar de olho em alguns sinais: (1) claudicação (“a criança está mancando”); (2) criança protege determinada parte do corpo; (3) distúrbios do sono; (4) dores de cabeça; (5) rigidez articular; (6) anestesia nos pés; (7) e não esqueça de avaliar a pele - com o aprecimento de bolhas e feridas.
O diagnóstico precoce é fundamental para não afastar os pequenos atletas das atividades por longos períodos, além de evitar lesões mais graves.
Consulte sempre um especialista quando surgir uma dúvida, vamos proteger os nossos atletas do futuro !

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segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Futebol e Prevenção de Lesões



       O Futebol é um dos esportes mais populares no mundo.  Apesar dos seus inúmeros benefícios quanto ao condicionamento físico, aeróbico, agilidade, coordenação e um senso de trabalho em equipe os jogadores devem estar cientes dos riscos de lesão.  A prevenção de lesões, detecção precoce e tratamento são muito importantes.

PRINCIPAIS LESÕES

As lesões dos membros inferiores são as mais comuns, e podem estar relacionadas a um trauma direto na perna, torção do joelho, ou como resultado de sobrecarga ("overuse") dos músculos, tendões ou ossos.

EXTREMIDADES INFERIORES

Os entorses e distensões são os mais comuns nas lesões das extremidades inferiores.  A ruptura do ligamento cruzado anterior e cartilagem são comuns e podem necessitar tratamento cirúrgico.  As fraturas e contusões ósseas também podem ocorrer por um trauma.

Porém, as lesões também podem ocorrer por uma sobrecarga mecânica: dor na panturrilha, tendinite patelar (joelho), tendinite do tendão calcâneo (tornozelo), distensões na virilha, pubeíte, etc.

EXTREMIDADES SUPERIORES

Essas geralmente ocorrem por uma queda ou contato com outro jogador: torção do punho, fraturas e luxações do ombro.

CABEÇA E FACE

Alguns exemplos: ferimentos (cortes), entorse do pescoço, traumatismo craniano.

COMO TRATAR ?

O atleta deve parar imediatamente a atividade até que seja feito o diagnóstico correto.  Normalmente a maioria das lesões podem ser tratadas em um período de repouso curto, com gelo e alguns medicamentos anti-inflamatórios, quando necessário.  Outras situações podem ser tratadas sem descontinuidade da atividade esportiva.  As lesões por sobrecarga (overuse), muitas vezes são necessárias não só o repouso, mas orientações para correção de algum movimento, alongamentos específicos e até reequilíbrio muscular.

É importante consultar um médico especialista para o diagnóstico correto e tratamento.

ALGUMAS DICAS PARA PREVENIR AS LESÕES
  • faça avaliação médica antes de iniciar qualquer atividade física;
  • use chuteiras bem ajustadas;
  • lembre-se que para determinada modalidade tem uma chuteira diferente com variação de suas travas (campo x society);
  • use caneleiras;
  • faça um estudo do campo e tente reconhecer as regiões que oferecem maior perigo;
  • use bolas corretas - as de couro, principalmente se úmidas ficam muito pesadas e podem provocar lesões;
  • tenha sempre em mente uma estratégia de jogo;
  • mantenha-se hidratado (a), não espere ter sede para beber líquidos;
  • faça um aquecimento adequado antes do início da atividade, isso previne principalmente as distensões musculares;
  • mantenha um bom condicionamento aeróbico e físico (força muscular);
  • cuidado para não ter períodos longos de inatividade entre os jogos, mas o inverso também é verdadeiro, cuidado com os excessos pelo risco de lesões de "overuse"(stress ou sobrecarga);
  • consulte sempre um especialista.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Tenis e Lesões de Membros Inferiores

O tênis, num país que culturalmente vive do futebol, é uma modalidade que torna difícil a produção de campeões em alta escala.  Porém, é notória a popularização desse esporte no Brasil.
Os quatro torneios Grand Slam, importantes para a pontuação do ranking mundial, ocorrem na Austrália (Aberto da Austrália - Melbourne), França (Roland-Garros - Paris), Inglaterra (Wimbledon - Londres) e Estados Unidos (US Open - Nova York).
A lesão mais emblemática desse esporte é o "cotovelo de tenista",  que, apesar deste nome, não é exclusiva do tênis.  Entretanto, hoje vou comentar sobre algumas afecções dos membros inferiores.
O estudo esportista versus lesão, deve ser avaliado quanto aos movimentos do esporte, equipamentos, e o ambiente.
Apesar da maioria dos esportes seguirem um padrão quanto ao tipo de quadra, a mudança do piso é um diferencial do tênis.  Existindo pisos mais lentos como o saibro (Roland Garros), rápidos - são mais duros e variam do cimento até asfalto (Aberto da Austrália, US Open) e outros ainda mais rápidos - grama (Wimbledon).

MÚSCULOS
As lesões musculares dos membros inferiores, nessa modalidade, normalmente são produzidas mais pelas altas forças de tensão do que de resistência muscular, o que ocorre quando o músculo ao se "esticar" ainda mantém a contração muscular (contração excêntrica).  Dois fatores que influenciam são: a força e velocidade.
O local mais frequente ocorre na região posterior da coxa e, normalmente, nas transições miotendíneas (entre o músculo e o tendão), sendo mais acometido o bíceps femoral seguido do semitendíneo e semimembranoso.  Porém, outros músculos também podem ser acometidos, como grácil (Carles Pedret, et al 2011), e adutores.
O diagnóstico deve ser precoce,  e é feito através da avaliação clínica, ultrassom e ressonância magnética.  O tratamento pode ser desde medicamentos anti-inflamatórios, a outros recursos como a crioterapia, plasma rico em plaquetas (nos casos agudos - e com alguns critérios), fisioterapia e medidas cirúrgicas - dependendo da localização e extensão da lesão.  Dai a importância da avaliação clínica e diagnóstico precoces.

TORNOZELO
O entorse do tornozelo é considerado a lesão mais frequente nos esportes em geral, e os ligamentos mais acometidos envolvem a porção lateral (externa) do tornozelo (85%).

JOELHO
O joelho também é alvo de lesões, como o menisco, ligamento cruzado anterior, tendinites do tendão patelar e quadricipital etc.  A lesão do ligamento cruzado anterior, é frequente e acomete mais as mulheres, e o tratamento é cirúrgico, com o objetivo de restabelecer a estabilidade da articulação através da reconstrução com o uso de enxertos patelar ou flexores (semitendíneo e grácil).

As tendinites, como a que acometeu Nadal na temporada de 2010, são frequentes e devem ser tratadas inicialmente por medidas não cirúrgicas.

QUADRIL
Algumas lesões no quadril,  como a do labrum acetabular (tecido de cartilagem ao redor do quadril), está relacionado com a anatomia dessa articulação.  Como a cabeça do fêmur esférica é esférica e se articula em uma superfície concâva (acetábulo), favorece o impacto (síndrome do impacto do Quadril).  Essas lesões estão cada vez mais frequentes devido ao fundamento open stance, posição que o jogador rebate a bola de frente para a quadra, a qual gera mais potência e velocidade de bola,  ao mesmo tempo que maior sobrecarga ao quadril.
FRATURA DE ESTRESSE
Outra lesão que pode ocorrer nos tenistas, relacionada ao tipo de quadra e intensidade do treinamento, é a fratura de estresse.  Ela pode ocorrer não só na tíbia, como nos ossos do pé.
Apesar de apresentar aqui ênfase nas lesões dos membros inferiores, vale um parêntese para as fraturas que podem ocorrer no membro superior.  Ramon Balius (2010) apresentou 12 casos de fratura de estresse em jovens tenistas no metacarpo (osso da mão), que, embora pouco frequente, pode ocorrer e está relacionada com o tipo de empunhadura ("grip") - Western grip, em que a mão fica em uma posição mais supina ("palma da mão para cima").

Dr. Marcos Paulo Pires

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Arte Circense e Saúde


O circo é uma arte antiga descrita desde os chineses e gregos há mais de 4.000 anos.  Ao falarmos em circo, o nosso primeiro pensamento está nos palhaços, acrobacias, malabares, contorção, etc, um verdadeiro espetáculo.  Porém, por traz de tudo isso está muito treinamento, preparo físico, e consequentemente diversos benefícios ao corpo.
É um ótimo modo de ganho de força muscular, equilíbrio, alongamento e alívio do stress, e que hoje já está ao alcance de todos.  Para aqueles que tem dificuldade de se acostumar em academia e querem manter a forma, o circo é uma boa opção.  Entretanto, como qualquer atividade física, deve-se tomar cuidado com algumas lesões.
Historicamente a medicina sempre focou para lesões em esportes competitivos como futebol, volei, basketball, natação, mas, o meio circense também merece uma atenção especial, principalmente os acrobatas, cujas apresentações exigem elasticidade e força muscular do profissional.
Ian Shrier et al (2009), avaliou 1376 artistas do Cirque du Soleil em um período de quatro anos, e não foram observadas diferenças no número de lesões quanto ao sexo.  Os acrobatas por exigirem mais do corpo, e pelos tipos de manobras eram os mais acometidos (1107), seguido pelos não acrobatas (162) e músicos (107).  A topografia das lesões variaram com o tipo de atividade.  A prevenção de lesões deve ser individualizada para cada atleta.  No membro superior, o ombro foi responsável por 50% das lesões. Vale ressaltar, que a maioria das lesões eram leves e que não prejudicaram a performance desses atletas.
Apesar de não ter muitos dados na literatura, o circo é uma atividade segura, e deve ser feita sob orientação de profissionais bem preparados.  Além disso, é uma atividade física bem variada, oferece bom condicionamento físico, e trabalha a mente por exigir muita concentração.



Dr. Marcos Paulo Pires





segunda-feira, 25 de abril de 2011

Instabilidade Anterior do Ombro (Luxação)

O ombro é uma articulação formada pelo úmero, glenóide, envolto por um conjunto de ligamentos e músculos.  A cabeça do úmero, é um osso esférico e grande que se articula com uma superfície rasa (a glenóide), e graças a essa combinação pode-se realizar grande amplitude de movimento, porém isso torna a articulação mais vulnerável a lesões.
Este sistema complexo formado pela cápsula, ligamentos e grupos musculares associado a fatores físico-quimicos permite  estabilização da articulação a ponto que a mesma, consiga sustentar grande quantidade de peso e lançar objetos com amplo arco de movimento.


A lesão de uma dessas estruturas que compõe a articulação leva a instabilidade que pode ser dividida em 3 grupos: (1) as lesões traumáticas agudas, (2) por microtrauma, (3) atraumáticas.
As lesões traumáticas agudas, geralmente estão associadas a luxação do ombro, ou seja, quando ocorre a perda completa da congruência articular da cabeça do úmero com a glenóide, e geralmente acontece em atletas jovens.  Nesses casos, geralmente, o esportista sente dor forte, perde a função do braço e necessita a ação de um profissional médico para a redução da articulação.  Em alguns casos, o paciente revela que conseguiu "colocar o ombro no lugar", essa situação geralmente é por uma perda parcial da congruência articular e é denominada subluxação.
A luxação provoca uma lesão muito grande de partes moles (ligamentos, cápsulas, tendões, etc), e por esse motivo existe risco de um novo episódio por um trauma menos intenso. A idade do paciente está relacionado com a recidiva da luxação. Alguns estudos observaram que 80% dos pacientes abaixo dos 20 anos tiveram nova lesão.
Os casos por microtrauma, ocorrem principalmente nos esportes em que se usa a "alavanca" do braço, como volei, handebol, beisebol, natação e outros.  O uso intenso das estruturas estabilizadoras do ombro, produz lesões microtraumáticas, levando à deformação plástica progressiva das estruturas capsuloligamentares.  Nesta situação o único sintoma do paciente é a dor, que pode ser confundida como decorrente a uma tendinite ou dor muscular, enquanto a causa é uma instabilidade articular.
Os casos de lesões atraumáticas estão relacionados com frouxidão ligamentar, característica inerente ao próprio paciente, cujo o tratamento inicial é clínico, mas também pode ser considerada a cirurgia em alguns casos.
O diagnóstico da instabilidade é feito por exame clínico, levando em consideração o tipo de atividade do paciente, histórico de luxação, presença de atrofia muscular, frouxidão ligamentar, etc, associado aos exames de imagem.
O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico.  O primeiro envolve medidas analgésicas e anti-inflamatórias com o uso de medicamentos, imobilização e fisioterapia.
O tratamento cirúrgico apresenta excelentes resultados, principalmente nos casos traumáticos, e pode ser feito por via aberta ou mesmo pela artroscopia.
A indicação do melhor método cirúrgico envolve a idade do paciente, nível de atividade, número de luxações, alterações ósseas associadas ("desgaste do osso"), etc.


Dr. Marcos Paulo Pires

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Ruptura do Tendão Calcâneo (Aquiles)

O tendão calcâneo (Aquiles) é o mais espesso e resistente do corpo humano formado pela junção dos músculos gastrocnêmio e solear.
A ruptura desse tendão pode ser parcial ou completa e ocorre geralmente após arrancada para corrida.
É uma lesão grave que pode ocorrer em esportistas, sendo mais frequentes naqueles que praticam corrida, futebol e tênis.
Apesar de ser considerada uma lesão traumática pela tração abrupta do tendão, acredita-se que o atleta tenha alguma predisposição para a lesão.
Existem também as causas de ruptura espontânea como alguns processos inflamatórios e auto-imunes, infecções, medicações, etc.


O diagnóstico é clínico, em que o paciente relata como se tivesse sido atingido por uma “pedra” na região posterior da perna, associado a uma dificuldade de deambular, subir escadas, saltar, etc.
O exame complementar pode ser feito pela ultra-sonografia e ressonância magnética.
Apesar do exame de ultrassom ser de fácil realização, a ressonância demonstra maior precisão na identificação do tamanho da lesão e a presença de alterações degenerativas.
O tratamento pode ser conservador através de imobilização ou cirúrgico.
Algumas meta análises sugerem que o risco de re-ruptura do tendão pode ocorrer com mais frequência em pacientes tratados não cirurgicamente (12,6%) do que nos casos em que foram submetidos ao tratamento cirúrgico (3,5%).
As técnicas cirurgicas podem ser por métodos minimamente invasivos, por via percutânea, como via aberta por diversos tipos de suturas (“pontos”) e em alguns casos com a necessidade de reforço com outros tendões (plantar delgado, transferência do flexor longo do hálux, p.ex.).
A decisão do melhor tratamento está relacionado com a idade, nível de atividade do paciente, tempo de lesão (aguda ou crônica), retração dos tecidos, localização do rompimento, etc.
Nos casos de tratamento cirúrgico requer uma imobilização por um período de 3 a 4 semanas, podendo existir algumas variações de acordo com a gravidade da lesão, e assim iniciar o processo de reabilitação.

Dr. Marcos Paulo Pires